quarta-feira, 2 de novembro de 2011

E AINDA, A SOLIDÃO...







...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.



CLARICE LISPECTOR

terça-feira, 1 de novembro de 2011

SOLIDÃO, TEU NOME É Charles Bukowski

"Me sinto bem em não participar de nada. Me alegra não estar apaixonado e não estar de bem com o mundo. Gosto de me sentir estranho a tudo..."
"Tudo o que era mau atraía-me:gostava de beber, era preguiçoso, não defendia nenhum deus, nenhuma, opinião política, nenhuma ideia, nenhum ideal. Eu estava instalado no vazio, na inexistência, e aceitava isso. Tudo isso fazia de mim uma pessoa desinteressante. Mas eu não queria ser interessante, era muito difícil.
"Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.”
"Não, eu não odeio as pessoas. Só prefiro quando elas não estão por perto.”                                            
Charles Bukowski 






Mas enfim, o que há de tão ruim em querer estar sozinha? É bom estar acompanhada, sim, é muito bom. Eu mesma amo estar cercada de gente, falando alto, rindo, brindando à vida, ouvindo meu nome ser chamado por todos os lados. E isso não é vaidade ou egocentrismo, é simplesmente amor à convivência, às pessoas. Mas o que há de mal em querer ficar só? Em querer fazer de si mesmo seu próprio companheiro? Parece- me que as pessoas que odeiam estar sozinhas se consideram tão péssimas companhias que não se suportam nem a si mesmas. Estranho não? Pois eu digo que não odeio a solidão. Não a solidão irremediável, aquela que não é opcional, a solidão que se torna um fardo diário e sufocante. Refiro- me a solidão que me leva a mim mesma. A solidão do auto- conhecimento, a solidão que me permite ser, simplesmente ser. Apenas para mim e ninguém mais. Sabe aquela solidão que se resume a você mesmo, um controle remoto e uma caixa de bis? Pois é... Não quero ser uma "forever alone", como a moçada diz. Só acho que estar sozinha de vez em quando é uma forma de mostrar ao mundo um pouco da auto- suficiência que cada um de nós deve ter. Não me interprete mal. Não é uma auto- suficiência arrogante, tipo "eu me basto". Longe disso. Mas a auto- suficiência que me permite ser segura e saber que sou boa companhia até mesmo para mim. Dá para entender? Você saber que estará preparada para uma situação extrema em que não haja ninguém por perto te dá mais segurança para se relacionar com as pessoas. Como assim? Muitas pessoas nao criam laços por medo de ficarem sozinhas quando as amarras forem desfeitas, quando o outro [ ou outra] for para longe, de vez ou temporariamente. Não me refiro apenas a relacionamentos amorosos, mas também aos laços de amizade. E se você sabe que suporta ficar sozinho, que tem consigo a força de superar o abandono [repito, ainda que temporário] fica mais fácil mergulhar sem medo em uma relação.
Eu mesma passo longos períodos hibernando, abraçando um ostracismo preguiçoso e confortável. Dar um tempo para si mesmo não é não tao ruim. Isso se você não tiver medo de ficar sozinho. Porque pior do que a solidão é o medo da solidão.
Então, Charles Bukowski, muitas vezes faço minhas, as suas palavras. Dá sim, para ser sozinha de vez em quando. Mas só de vez em quando, heim?

domingo, 30 de outubro de 2011





Minha vida...Nossa vida...
Deleite... delírios... e desejos

Prazeres e futilidades.
Sonhos... Pesadelos...

VIVER e MORRER
VIVER ou MORRER??

O sofrimento desenhado no olhar
O sorriso eternizado de um momento efêmero

Paixões vividas
Taras saciadas
Pileques cheios de doces consequências
Inebriantes momentos de loucuras
Esclarecedores momentos de lucidez (e torturantes)

Na sinestesia da existência sentir o doce calor de viver...
A fria e gritante sensação de solidão
A quentura macia do amor frenético e apressado dos amantes

Ser a autora de mim mesma... 
O médico de minhas próprias insanidades
O sacerdote de meus pecados -inconfessáveis e invioláveis
Ser o piloto em minha estrada... rumando para o desconhecido... aventurando-me
nessa louca estrada suicida e desconhecida

chamada vida!
Minha vida, nossa vida!
by Aline M
Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não
Vinícius de Moraes

Amar é bom demais, mas como dói

       Tarde de domingo. Céu azul, pouco vento, poucas nuvens... Poucas coisas a fazer. A tv ligada em um canal de áudio de bossa nova, um não sei quê de melancolia no ar. Mas também, queria o que? Ouvindo bossa nova e lendo ora Vinicius de Moraes ora Arnaldo Jabor... No peito uma mistura de sentimento de amor frustrado, com um toque áspero de realidade e a sensação de que sem o amor nada faz sentido [essa parte vem mais de Vinicius de Moraes]. E deslizando pelo mar num barquinho eu sigo me lendo nos textos desses dois caras que mais parecem incríveis máquinas de ultrassom humanos, lendo e revirando td q há bem dentro da nossa alma. Mas enfim, sempre achei q a vida só valesse a pena embalada por fortes paixões, que viver fosse uma sucessão sem fim de um amor após o outro, naquela visão do poetinha de que seja infinito enquanto dure. Mas aí vem uma dor seguida de outra, um desengano, uma desilusão, e finalmente aquela terrível [e quem me dera, equivocada] sensação de que o amor não existe para todos [e aí eu me incluo].
As pessoas me criticam quando eu digo que estou vivendo uma abstinência afetiva, ou quando digo ter perdido a crença no amor. Geralmente são pessoas que não viveram metade do que eu vivi, que não amaram metade do que eu amei, que não sofreram metade do que eu sofri. Talvez não tenham buscado tão sofregamente pelo amor. E sabemos que quanto maior a ânsia de encontrar maior é a decepção quando nâo achamos nada. 
         É fácil se fechar, talvez pareça fácil. É seguro. É protetor... Hibernação sentimental, ostracismo... chame como quiser. Mas como viver sem amar? Como viver sem ouvir uma música da Ana Carolina e pensar em alguém, com uma pontada de amor e outra de dor? Como ler um soneto e achar bonito mas não pensar em escrever e mandar para alguém que achamos que é o grande amor da nossa vida? Escolha difícil essa entre amar e se resguardar. O medo de amar só existe nos corações que mais amam. Quem nao ama constantemente nao tem medo de se entregar a um grande amor, porque a pouca frequência do amor  significa pouca frequência de sofrimento. Sim, amor é sofrimento, mais cedo ou mais tarde. Quem nunca sofreu por amor é porque nunca amou de fato.  Alguns [e algumas] boçais se incham orgulhosos e dizem q não têm medo de se aventurar em relacionamentos, mas essas pessoas provavelmente entram no amor como quem entra para a guerra, protegidos, na defensiva e sempre prontas ao ataque. Mas quem se entrega verdadeiramente ao amor vai desarmado, vai de peito aberto, pronto a levar um tiro no peito, pronto a ver seu sangue escorrendo em forma de lágrimas, pronto para se render diante de um sorriso, de uma flor roubada, de um beijo num fim de tarde, de uma noite de amor depois de uma taça [ou várias] de vinho. 


Amar é bom demais. é um perigo iminente de que precisamos para seguirmos vivendo. O que estraga o amor são as pessoas.

domingo, 23 de outubro de 2011

LONGA AUSÊNCIA

São muitos meses sem postar nada e eu realmente nâo posso dizer o porquê, simplesmente por não ter um motivo. Talvez eu não estivesse com vontade, ou não houvesse por que escrever, enfim, mas de repente mudei de ideia e resolvi escrever. Claro que nem sempre terei coisas interessantes para postar, sobre mim mesma, ou sobre o amor.... 
Talvez  eu escreva algo e você pense “Como assim, ela está escrevendo sobre mim”. Sabe por quê? Os corações simplesmente se entendem. Uns falam sobre o que o outro quer ouvir. Isso é fato. Parece uma espécie de memória coletiva afetiva. Já pensaram nisso? Eu mesma já me deparei com essa situação; sabe quando você lê um poema e vê exatamente transcrito ali tudo o que você gostaria de dizer e não sabe como? Ou quando escuta uma música que fala sobre tudo o que você está sentindo? É mais ou menos isso. Existe uma ligação invisível unindo todos os corações. Uns percebem essa ligação e outros não.
Mas o que eu estou tentando mesmo dizer é que estou de volta e tentarei postar aqui sempre que puder e da melhor maneira possível, usando as minhas palavras ou através de outras pessoas.
Beijos